Linda do Rosário (2004) da artista Adriana Varejão. Foto: Chrys Hadrian |
Ceci n'est pas une maison
Casa, organismo vivo,
ossos, pele, cartilagens.
Erguida em histórias
abrigando memórias.
De amor, de dor, de sonhos antigos,
em suas rachaduras, segredos escondidos,
feridas abertas que o tempo marcou,
vestígios de tudo que passou.
Chove pelas paredes, lágrimas no chão
refletem seu ser em imensidão.
Firme, em pé, um convite a ficar,
acolhe quem chega, disposta a amparar.
Ela é ponto de encontro e morada,
segue erguida, quase inabalada,
até o instante em que, com dignidade,
sucumbirá à terra e à eternidade.
C.H.
(nov/2024)