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Vista da exposição de Agnes Martin no Tate Modern em Londres. Foto: Tate Modern |
O minimalismo criado pela artista canadense Agnes Martin (1912 - é um daqueles que trazem paz e tranquilidade só de ficar observando. Agnes foi uma das vozes mais enigmáticas e sensíveis da arte abstrata, deixando um legado que atravessa a alma.
Seu trabalho com grades meticulosas e paletas suaves, muitas vezes em tons de azul, rosa e amarelo pálido, tornou-se uma meditação sobre o vazio e o infinito. “Eu pinto de costas para o mundo”, dizia ela, reforçando que sua obra não era sobre o mundo material e seu excesso, mas sobre sentimentos universais e sublimes, como a alegria e a serenidade.
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Gratitute (2001) / This Rain (1960) |
Apesar de seu talento e reconhecimento, Agnes era marcada por um silêncio introspectivo. Diagnosticada com esquizofrenia, enfrentou internações e sessões de cura por meio de eletrochoques, uma realidade brutal da época. Após perder sua casa e ver seu círculo de amizades abalado, se isolou em Novo México, onde construiu com as próprias mãos uma casa de adobe.
Nesse período de silêncio e solidão, passou a explorar ainda mais profundamente sua relação com o vazio e a transcendência. “A arte precisa vir da inspiração”, dizia ela, e, assim, esperava pacientemente que visões surgissem à espera do próximo lampejo de inspiração
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Untitled #1 (2003) / Untitled (1959) |
Aos poucos, a simplicidade austera da vida de Martin começou a ganhar ares de lenda. Conhecida como a “mística do deserto” no mundo do minimalismo, ela cultivava uma existência afastada de bens materiais. Em suas palavras: “Quando você desiste da ideia de certo e errado, você não ganha nada. O que você consegue é se livrar de tudo.” O foco de sua vida, e de sua arte, era a renúncia do ego e a libertação de julgamentos, algo que refletia em suas palestras e na maneira como vivia.
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On A Clear Day (1973) / Untitled #3 (1974) |
A suas crenças espirituais também tiveram um papel central em sua vida e em sua produção artística. Profundamente influenciada pelo budismo e pelo taoismo, Agnes via a arte como uma forma de atingir um estado de conexão ainda mais profunda com o que é importante na nossa existência.
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I Love Life (2001) / Untitled #10 (1990) |
Lindo, né?! Acho a Agnes uma inspiração e queria trazer um pouquinho dela aqui para quem mais gosta de arte e queira conhecer mulheres que muito contribuíram com sua sabedoria e sensibilidade para a história da arte.♡
Obra de arte é uma representação de nossa devoção à vida.
- Agnes Martin
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Agnes Martin em seu estúdio. Foto: Michele Mattei/MoM |